Minha querida malinha Benetton...
Hoje a noite vou para Irlanda com Vanessa. Estou animadíssima, pois eh o casamento da minha irmã. Na mala tem de bolo de cenoura com pano de prato em cima até gravuras da Carola. Se perderem a danada, irão minhas melhores roupas adquiridas com sangue, suor e lágrimas e quilos de presentes. MAS, a mala também eh linda... ai, pirei. A grandona muito boa, emprestei do Gô e a pequena comprei na Benetton. Tudo de fofa. Olha, eu me permitindo!!! Ninguem segura agora. E nisso tudo, jantando no shop. Jardim Sul, com minha malinha recem-adquirida... Ela me ouviu pensar: "Esta é uma das cenas que gostaria de gravar na mente para sempre, na alma." As mesinhas do jd sul são novas, com imitacao de marmore, [comia como sempre] um sanduba light com suco de abacaxi da casa do pão de queijo. Olhando para o corredor, absurdamente familiar, desde 1710. Naquele mesmo corredor, trabalhei na loja Lee com 15 anos. O pior emprego do mundo, onde tinha hora para fazer xixi. ... sobe a musiquinha do "...E o vento levou", me sinto Scarlett O´hara - ajoelhada na terra - prometendo nunca mais passar fome. Eu ali, 15 outros anos depois: madame (como chamavamos as pessoas que podiam passear no shop. e ir pra casa ou ao cinema qqr hora), com uma mala cara, sem horário, sem lenço e com documento. Frequentemente, a vida me leva passar 2 ou 3x nos lugares que sofri. E então, meu mantra maximo acontece: "o mundo dá voltas, graças a deus!"