A Balzzaca

Wednesday, April 04, 2007

Eram os deuses astronautas?

Antes do meu casamento, ele tentou se reaproximar, dizendo que seriamos amigos para sempre. Importava só que eu fosse feliz. Meio receosa, voltei a falar com ele. E foi verdade, até que ele casou outro dia. Ou pelo menos, disse que casaria no meio de Março. Maluco como é, pode ter apenas sido abduzido por um disco voador a caminho do altar. O fato é que seu paradeiro agora eh desconhecido.


Eu dizia que quando ele se casasse, nossa amizade iria pro vinagre. E ele que mulher alguma poderia se meter entre a gente, que ele era o tal - aquele papo de homem independente.
Cheguei a fazer uma colagem linda de fotos (deles) para que a pedisse em casamento. Colaborei para que ele se fosse. Nao sei se de vez, mas por um bom período.


Fiquei feliz que ele havia deixado alguém entrar em seu fragil e complicado coração. Meu papel seria apenas de amiga e ele também. Sempre soubemos que eramos mais. Não namorados, nem amantes. Mas aquela pessoa ponta firme que atenderia o celular nas situacoes mais inacreditaveis possiveis. Nunca liguei "abusadamente", nem ele. Mas, ele me ouviu soluçar ao telefone a cada exame e eu ri quando ele ficou meio manco ao (quase) se matar de para-quedas… Ele me chamava de "gorda/fofinha" e eu retrucava que ele era branquelo como um "palmito" recem-saido da lata. São dez longos anos de insultos de mentira e camaradagem.

Em algum momento, meio cambaleante, aprendeu a andar de bicicleta sozinho. Fiquei de longe, observando ele se distanciar. Meio saudosista (?), mas sabendo que ninguem segura o tempo. E que talvez, logo, me escreva: "Oi, gorda! Voltei da lua de mel?! Tudo bem por ai? Estou com seu livro "Eram os Deuses Astronautas?" há 8 anos e nao vou devolver mais... voce sabe..."

"Tem que morrer pra germinar. Plantar n´algum lugar. Nossa semeadura. Quem poderá fazer aquele amor morrer se o amor é como um grão?"

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