Eram os deuses astronautas?
Antes do meu casamento, ele tentou se reaproximar, dizendo que seriamos amigos para sempre. Importava só que eu fosse feliz. Meio receosa, voltei a falar com ele. E foi verdade, até que ele casou outro dia. Ou pelo menos, disse que casaria no meio de Março. Maluco como é, pode ter apenas sido abduzido por um disco voador a caminho do altar. O fato é que seu paradeiro agora eh desconhecido.
Eu dizia que quando ele se casasse, nossa amizade iria pro vinagre. E ele que mulher alguma poderia se meter entre a gente, que ele era o tal - aquele papo de homem independente.
Cheguei a fazer uma colagem linda de fotos (deles) para que a pedisse em casamento. Colaborei para que ele se fosse. Nao sei se de vez, mas por um bom período.
Fiquei feliz que ele havia deixado alguém entrar em seu fragil e complicado coração. Meu papel seria apenas de amiga e ele também. Sempre soubemos que eramos mais. Não namorados, nem amantes. Mas aquela pessoa ponta firme que atenderia o celular nas situacoes mais inacreditaveis possiveis. Nunca liguei "abusadamente", nem ele. Mas, ele me ouviu soluçar ao telefone a cada exame e eu ri quando ele ficou meio manco ao (quase) se matar de para-quedas… Ele me chamava de "gorda/fofinha" e eu retrucava que ele era branquelo como um "palmito" recem-saido da lata. São dez longos anos de insultos de mentira e camaradagem.
Em algum momento, meio cambaleante, aprendeu a andar de bicicleta sozinho. Fiquei de longe, observando ele se distanciar. Meio saudosista (?), mas sabendo que ninguem segura o tempo. E que talvez, logo, me escreva: "Oi, gorda! Voltei da lua de mel?! Tudo bem por ai? Estou com seu livro "Eram os Deuses Astronautas?" há 8 anos e nao vou devolver mais... voce sabe..."
"Tem que morrer pra germinar. Plantar n´algum lugar. Nossa semeadura. Quem poderá fazer aquele amor morrer se o amor é como um grão?"
"Tem que morrer pra germinar. Plantar n´algum lugar. Nossa semeadura. Quem poderá fazer aquele amor morrer se o amor é como um grão?"
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