A Balzzaca

Wednesday, January 10, 2007

Me sinto Forest Gump, as vezes.

Tenho tantas histórias para contar…
Mil delas de quando eu trabalhava nas lojas de shopping com 16/17 anos. Na Lee, tinha hora exata para xixi e não podia parar de dobrar as roupas um minuto, para mostrar movimento na loja. Durei uns dias porque eu realmente não precisava daquilo.
Foi, então, que tive a brilhante idéia: deixar meu cv somente nas lojas em que as roupas fossem penduradas! Fui parar na Hugo Boss. Fazia um bom dinheiro com glamour. Só ricos & famosos querendo roupas de grátis. Em compensação aguentava uma biba desvairada, o dia todo, imitando Madonna e dando piti comigo.
Veio a TNG. A equipe era tão suburbana, parecia que não existia vida fora daquele emprego. Além de vender, eu passava as camisas por hooooras a fio para pendura-las na arara. Uma cliente, meio irritada - que havia comprado zilhoes - resolveu que queria as compras dela todas passadinhas. Tomou o ferro da minha mão e passou ela mesma. A mulher era ninja na arte de passar roupa. Contou que ensinava as empregadas por isso ela mesma sabia fazer. Fiz cara de didi mocó o tempo todo para que ela continuasse a passar (me ensinando) e não sobrasse para mim. hehehe...

Então, surgiu meu melhor emprego no shopping: M.Officer. Era uma moçada que não acabava mais, muito divertido, todo mundo meio doido… Uma das melhores épocas da vida… dos clientes que largavam modess, papel higienico e camisinha no provador. Da mulher que insistiu usar 36 e caiu de dentro do provador com a calça entalada nas coxas, dos revendedores do interior que compravam a loja toda e faziam nossa cota de uma vez só... Dos vendedores que iam até a vitrine para liberar gases, do caixa estressado pq a gente fazia muita bosta na venda, pelo estoquista mano que sempre escondia aquela calça 40 para eu vender… E de outras ilegalidades que faziamos fora e dentro da loja. Isso, então, daria uns 30 anos de cana para cada um. Como diz Luciana Gimenez: Abafa o caso!

Tinha uma vendedora que vivia metida em confusão. Eu, corretissima com minha vida e finanças, sempre tinha um dinheirinho sobrando. Um dia, ela apareceu branca no estoque: "me empresta x reais agora!" Eu: "nao!" Ela: "pelamordedeus, o traficante de "beise" taí fora dizendo que vai quebrar minhas pernas se eu nao pagar!" Emprestei com a condição de que ela me devolveria no dia 15. No dia, ela nao tinha a grana! Mas pagou se não EU iria quebrar aqueles dentes lindos e brancos. Nao preciso dizer que todo dia 15 e 30, apareciam a vendedora de calcinhas nao sei de que loja, o traficante, o pasteleiro, etc cobrando a picareta da minha amiga de novo…
*Saudades sem fim*
Todo mes era a mesma coisa e ao mesmo tempo, tudo diferente.

3 Comments:

Anonymous Anonymous said...

Interessante... Nós fregueses, simples mortais, não imaginamos o que rola atrás dos bastidores. Gostei. bj

7:31 AM  
Blogger M. said...

eeeei! ainda nao tinha vindo aqui...
adorei e voltarei sempre...
uebaaa... bem vinda, xuxu!
beijos
manu

10:55 AM  
Blogger Paty said...

Rindo muito!!
Que bom ter você de volta!! Você é música para os nossos ouvidos! (ou seria colírio para os nossos olhos??)
Beijocas

4:36 AM  

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